Com o objetivo de promover a defesa da biodiversidade nacional e de nossas tradições culinárias, o Slow Food Brasil lançou a 2ª edição do Festival Arca do Gosto em São Paulo. Até 06/11, serão realizadas diversas degustações e atividades em São Paulo para que a população conheça mais queijos, frutas e hortaliças nativas da região Sudeste.
O objetivo é estimular a salvaguarda e fortalecer sua cadeia produtiva, e por este motivo a Aliança de Cozinheiros do Slow Food Brasil e a Coentro Comunica promovem o segundo Festival Arca do Gosto na capital paulista, com 18 atividades exclusivas.
Araticum, jerivá, cambucá… Alguns ingredientes como esses soam estranho, mas são exemplos de frutas nativas do Sudeste, que poderiam ser encontrados com mais facilidade do que um cupuaçu ou o popular açaí.
Embora esses nomes parecem inventados fazem parte da Arca do Gosto – um catálogo mundial do movimento Slow Food que reúne alimentos ameaçados de extinção, mas que ainda se encontram vivos, com potencial produtivo e comercial.
Frutas e hortaliças, reúne hoje mais de 3500 ingredientes de diversos países, sendo quase 100 brasileiros, que vão dos mais conhecidos, como a jabuticaba e o queijo da serra da Canastra, aos menos, caso do cambuci, grumixama, do jaracatiá e do araticum.
Chefs famosos preparam pratos e bebidas a preços acessíveis
Nesta edição, participam do evento prestigiados chefs brasileiros, como Bel Coelho, com uma edição especial do Canto da Bel, que servirá Manjuba com ponzu de uvaia (R$15), entre outros pratos a preços acessíveis.
O barman Jean Ponce, à frente do Guarita, realiza ao lado de Douglas Bello, do Sítio do Bello, uma aula de caipirinhas com frutas nativas.
Degustação
Bruno Cabral, da Mercearia Mestre Queijeiro, conduz degustação de queijos da Arca do Gosto, como o Serra do Salitre, junto com Marcelo de Podestá, membro do GT Queijos Artesanais de Leite Cru do Slow Food.
Os chefs Marcelo Bastos e Fábio Vieirapreparam jantar-degustação no Jiquitaia com diversos produtos da lista no Jiquitaia, como as Ostras de Cananéia.
As chefs Neka Menna Barreto, Fabiana Sanches e Daniela Lisboa, à frente do Restauro, restaurante-instalação que é parte da 32ª Bienal de São Paulo, participam com um prato a cada dia com um ingrediente diferente. Claudia Mattos e Virginia Pinto Coelho participam com uma aula dedicada especialmente para crianças, seguida de piquenique no Espaço Zym.
Cambuci deu nome a um bairro de São Paulo
A frutinha verde cambuci mostrada abaixo, por exemplo, deu nome a um dos mais tradicionais bairros da capital paulista, e hoje é dificilmente encontrada e quase ninguém conhece.
Cambucizeiro é uma árvore nativa da Mata Atlântica, ameaçada de extinção, parente da goiaba, pitanga, guabiroba e da jabuticaba.
O desenvolvimento da planta é lento, as flores desabrocham de agosto a novembro e os frutos amadurecem de janeiro a abril.
O nome vem do formato ovóide-romboidal com uma crista horizontal que divide o fruto em duas partes. Kamu’si’ vem do tupi e significa vaso, pote ou urna funerária.
Ligeiramente doce, mas extremamente ácido como limão,o Cambuci tem muito sabor e perfume e por isto, desde o período colonial, passou a ser usado para aromatizar cachaça.
Uvaia tem quatro vezes vitamina C do que a laranja
Já a uvaia, uma fruta amarela (esquerda), é originária da Mata Atlântica, cujo nome em tupi significa “fruta ácida”. Ela tem alto teor de vitamina C (cerca de quatro vezes mais do que a laranja).
Sua frutificação inicia entre 2 a 4 anos após o plantio, e ocorre nos meses de agosto a dezembro.
Tem polpa muito delicada, com casca bem fina e aroma suave e muito agradável.
O aroma é suave e muito agradável. Um dos grandes problemas desse fruto é que amassa, oxida e resseca com facilidade, por isso não é muito encontrada em supermercados.
SERVIÇO DIÁRIO VERDE
Programação com datas e horários : FESTIVAL ARCA DO GOSTO 2016
Mais informações: Slow Food Brasil