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Chineses compram empresa brasileira bilionária do agro

A sede de Correia de Freitas – PR, uma das 38 unidades de recebimento de grãos da companhia que atua em três estados: Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Foto: Divulgação/Belagrícola

 

Confira a matéria do jornalista Antonio C. Senkovski no portal paranaense Gazeta do Povo, que relata a venda da companhia Belagrícola, com faturamento de R$ 2,8 bilhões, de Londrina, no Norte do Paraná, ao grupo chinês DKBA que adquiriu 53,99% das suas ações.

O valor envolvido na transação não foi revelado. A transação começou há cerca de um ano e acaba de ser aprovada sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica.  Apesar do grupo estrangeiro passar a deter o capital majoritário da Belagrícola, a gestão segue sob responsabilidade dos sócios paranaenses.

A Belagrícola, cujo ramo principal é a comercialização de grãos e insumos, faturou, em 2016, R$ 2,8 bilhões. De acordo com o Flavio Andreo, CEO da companhia, com a injeção de capital o negócio deve aumentar em duas vezes seu tamanho nos próximos cinco anos.

Andreo relata que a negociação começou há cerca de um ano. “Esse grupo chinês veio ao Brasil com o interesse de investir no mercado agrícola. Eles pesquisaram o setor com a intenção de ficar o mais próximo possível da produção, mas sem ser dono de terras”, conta.

A DKBA, em um primeiro momento, adquiriu a empresa Fiagril, em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, que tem um perfil parecido com o da Belagrícola. Os chineses então procuraram assessores para ajudá-los, pois queriam adquirir outra companhia do ramo. “A indicação de uma empresa com uma sinergia grande e muito semelhante em tamanho e modelo de negócio, mas abrangindo o Sul do Brasil, foi a Belagrícola”, relata o CEO.

A Belagrícola comercializa grãos e insumos.
Foto: Divulgação

Hoje a empresa do interior do Paraná atua em outros dois estados: Santa Catarina e São Paulo. São 38 unidades de recebimento de grãos, com um total de 55 lojas de insumos.

A companhia emprega 1,6 mil pessoas no país e já é uma das maiores do setor no Brasil.

Andreo explica que hoje a Fiagril e a Belagrícola compartilham o mesmo sócio majoritário, porém, as duas seguirão com administrações independentes.

A Fiagril terá seus negócios voltados à metade norte do Brasil e a Belagrícola voltará seus esforços à metade sul.

“Existe uma ideia de expansão dos nossos negócios para outros estados”, antecipa o CEO.

 

Quem é a Belagrícola

A empresa surgiu em 1985 em Bela Vista do Paraíso, próximo a Londrina. Desde então a organização cresceu para tomar o posto de uma das 1000 maiores empresas do Brasil, no ranking da Revista Exame. A empresa do interior paranaense também ocupa a 26ª colocação entre as maiores da Região Sul em vendas líquidas.

O CEO Flavio Andreo, que também é um dos sócios do negócio, relata que há alguns anos a companhia vem investindo no melhoramento da sua governança. “Apesar de ser uma empresa familiar, começamos a auditá-la há mais de cinco anos, também contratamos diretores independentes da família e foi criado um conselho”, explica.

Sobre o negócio com a empresa chinesa, Andreo enfatiza a postura dos representantes do país asiático. “Faz mais de um ano que viemos conversando. Me surpreendeu positivamente a forma como abordam o tema Brasil. Eles têm um respeito muito grande com o país, entendem a importância do Brasil para eles. Acredito que essa é uma chance [de investimentos] que o nosso país tem que aproveitar melhor”, avalia.

Fonte: Gazeta do Povo