É o que afirmam os especialistas em gerenciamento de negócios. Veja as orientações de como acertar nesta modalidade de empreeendimento na matéria abaixo sobre o tema, publicada originalmente no portal Organicsnet.
Investir em franquias no setor de orgânicos significa consolidar no mercado produtos que satisfazem a atual tendência, por parte dos consumidores, em adquirir produtos mais saudáveis, e resgatar um tipo de alimentação que era valorizada antes da era industrial. A afirmação é de Ana Vecchi, sócia-diretora da Vecchi Ancona – Inteligência Estratégica, consultoria especializada em gestão de negócios e franquias.
Por ser um nicho em expansão, e que envolve mudança de hábitos alimentares, os negócios no setor incluem riscos e devem ter o foco voltado para a gestão.
Atualmente o mercado não chega a 25 players de franchising
“O consumidor que se preocupa com os benefícios dos orgânicos e pode se comprometer com uma compra constante desses produtos está no topo da pirâmide, fazendo com que a velocidade de ampliação dessas franquias seja menor que as demais”.
Ana Vecchi (ao lado) afirma que, por conta disso, ainda não é possível mensurar o faturamento anual deste segmento no franchising. “Porém, podemos afirmar que não chegam a 25 players atualmente”.
Já para a coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos) da Sociedade Nacional de Agricultura, Sylvia Wachsner, toda iniciativa destinada a aproximar os consumidores e seus produtos tem o seu valor.
Porém, segundo ela, a franquia voltada para o setor orgânico requer planejamento e esforço conjunto.
É preciso engajar produtores, fidelizar consumidores e melhorar a produção local de alimentos
“Dentro de um panorama competitivo que oferece diversas opções para adquirir esse tipo de alimento, sobretudo nas grandes cidades, com margens cada vez mais reduzidas, as franquias necessitam de uma gestão focada e do engajamento dos franqueados”, afirma Sylvia Wachsner (direita).
Sendo assim, de acordo com a coordenadora do CI Orgânicos, existem alguns desafios a serem superados: “É preciso saber como engajar os produtores; o que fazer para fidelizar os consumidores, e de que maneira é possível incrementar a produção local de alimentos e reduzir a pegada ecológica de transportá-los por milhares de quilômetros”.
Gerenciar é importante pois o lojista precisa saber comprar, negociar e precificar para não inviabilizar o negócio
Outro aspecto importante, na opinião da consultora Ana Vecchi, é a questão dos preços. “A gestão do negócio deve ser impecável para evitar que os preços na hora da compra, em contraponto à percepção de que são mais caros na venda, não estimule ou não possibilite a aquisição, mesmo que os consumidores queiram levar o produto”.
” Se o lojista não souber comprar, negociar e precificar para venda, ele pode inviabilizar o negócio, pois o consumidor, mesmo que queira e defenda o consumo de orgânicos, acaba não podendo comprar tanto quanto gostaria”, destaca Vecchi.
Ela assinala ainda, que a definição para a localização da loja também é um aspecto importante, a ser levada em consideração, como por exemplo, a proximidade com o público interessado em consumir esse tipo de alimento.
Korin, Mundo Verde, Terra Madre e Origen são algumas boas iniciativas de franquias para alimentos orgânicos e produtos naturais
Algumas iniciativas voltadas para o franchising no setor orgânicos já rendem bons frutos. É o caso da Korin Agropecuária, que integra a rede OrganicsNet/SNA. A empresa, que abriu uma franquia em 2010, é uma das principais a fabricar e comercializar alimentos orgânicos e produtos naturais do Brasil, tanto de marca própria quanto de terceiros. Atualmente, mantém sete lojas no país, sendo duas no Rio de Janeiro.
“Um dois pontos fortes da empresa é a sua malha logística e, sobretudo, a marca reconhecida pelos consumidores, como símbolo de credibilidade e confiança”, relata Sylvia Wacshner.
Já consolidada no mercado, a Mundo Verde é uma rede de franquias que conta com 300 lojas no país e que teve início há 30 anos em Petrópolis (RJ).
Especializada em complementos de alimentação e vida saudável, reserva espaços para os produtos orgânicos.
Outro exemplo é a Terra Madre – Orgânicos e Saudáveis. Trata-se de um empório idealizado por Leila Oda, que reúne mais de 2500 produtos para alimentação mais saudável e que nasceu para se tornar uma rede de franquias. No final de 2015, passou a comercializar seu modelo de negócios.
A empresa é reconhecida como a primeira rede de franquia de orgânicos 100% certificados. Atualmente, a marca conta com 12 unidades espalhadas pelo Brasil. Sua meta é finalizar 2016 com 20 unidades e dobrar o número de lojas em 2017.
Projeto arquitetônico inovador
Agora em 2017, a Origen, empresa localizada em Moema (SP), e que comercializa orgânicos, também deverá investir em franchising.
“Em junho do ano passado, durante a Bio Brasil Fair em São Paulo, visitamos a marca, que tem um projeto arquitetônico inovador. Além disso, os empreendedores pensam na possibilidade de expansão como franquia”, informa a coordenadora do CI Orgânicos.
Mais informações sobre como funcionam algumas redes de franquias
Fonte: Organisnet